Em entrevista concedida a Rádio Eldorado, São Paulo, o Presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, deu uma declaração na manhã desta quinta-feira afirmando que os insumos para a continuidade da produção da vacina CoronaVac estão retidas na China por decisão do governo local.
O governo chinês vem sendo alvo de fortes críticas, sem comprovação ou provas, do Presidente Jair Bolsonaro. Estas declarações proferidas pelo Planalto atrapalham sistematicamente o fornecimento do imunizante para os brasileiros. Lagoa Santa, por exemplo, recebeu mais de 75% das doses vindas do Butantã.
Sem o IFA, Ingrediente Farmacêutico Ativo, a produção fica seriamente comprometida, pois o Brasil não é mais produtor deste tipo de matéria prima. “Não temos autorização do governo da China para receber matéria-prima. Os insumos que já deveriam estar aqui” afirmou Dimas Covas.
A campanha para boicotes da vacinação vem ocorrendo desde o ano passado. Em depoimento a CPI da COVID, o Presidente da Pfizer Brasil afirmou que a farmacêutica estava preparada para vender para o país 18 milhões de doses do imunizante e que queria transformar o Brasil em um exemplo para toda a América Latina. Porém, ele também relatou que não foi recebido pelo Presidente da República.
Com os atrasos recorrentes da vacina da FioCruz/AstraZeneca e agora com essa perda significativa das vacinas da CoronaVac, a vacinação no país que já estava lenta, tende a diminuir. Devido ao difícil armazenamento do imunizante da Pfizer, a tendência é que este fique retido nas capitais e em grandes centros. Enquanto isso, Lagoa Santa amarga a perda de 125 cidadãos.