Lagoa Santa está entre as 12 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte que assinaram um termo de intenção de compra de vacinas contra a Covid-19 nesta terça-feira, 23.
O ato aconteceu em São José da Lapa e os municípios, que compõem o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Calcário – CISREC -, pretendem comprar 1,5 milhão de doses, caso o Ministério da Saúde não acelere a imunização de adultos entre 18 e 60 anos. Fundado em 1995, o CISREC envolve as cidades do Vetor Norte e RMBH e tem a função de garantir atendimento de média e alta complexidade na região.
A intenção é comprar vacinas da AstraZeneca. As cidades que fazem parte do acordo, além de Lagoa Santa, são: Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo, Vespasiano, Matozinhos, Jaboticatubas, Santana do Riacho, Confins, São José da Lapa, Prudente de Morais, Capim Branco e Santa Luzia.
Gilson Urbano fala de colapso na saúde, cobra governos e pede proteção ao SUS
O secretário de saúde, Gilson Urbano, participou da cerimônia e fez um discurso chamando atenção das autoridades para a falta dos repasses de verbas federais e estaduais para enfrentar a pandemia e pedindo proteção ao SUS. “Mais do que comemorar esse protocolo de intenções é chamar a atenção das autoridades para o próprio Sistema Único do Brasil. Estamos enfrentando esse grave momento, o SUS está resistindo, mas nem sabemos se o teremos quando tudo isso acabar”, diz.
Gilson ainda ressaltou o compromisso que os prefeitos da região têm assumido para sustentar, sem apoio, os municípios. “Nós só estamos aqui assinando esse protocolo porque há um ano não temos coordenação nacional do Sistema Único de Saúde. Estamos assumindo a responsabilidade de comprar a vacina, mas, também estamos deixando de fazer, nesse momento, aquilo é responsabilidade do município que é salvar vidas com os recursos disponíveis.Estamos neste momento com todas as filas de espera, dentro do serviço privado e do setor público, sem condições de transferência. A nossa região começou sem CTI porque os governos nunca olharam para essa região com o respeito que merecemos. E nós tivemos que montar leitos com recursos próprios do município e estamos mantendo esses leitos”, explica.
Ele também falou sobre a crise econômica e o quanto o país deixará de arrecadar durante o ano na pandemia. “E entendemos que saúde e economia se fazem juntos. Ainda nem acabou e já estamos sentindo os reflexos do pós Covid, pois as pessoas que estão se recuperando não estão voltando para o mercado de trabalho. A conta ainda não chegou e não sabemos se teremos dinheiro para manter a saúde do Brasil. Não estamos interessados em onda vermelha ou Roxa, queremos recursos humanos, queremos verbas dos governos, porque não pode ficar nas costas dos prefeitos ou secretários dos municípios a responsabilidade por cada óbito que está acontecendo por desassistência e falta de apoio do Governo Federal e de Minas Gerais”, disse.
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