Integrantes de diferentes grupos religiosos de Lagoa Santa se uniram, neste domingo, 28, para fazer uma corrente de oração em frente ao hospital Dr. Lindouro Avelar, no Brant, em intenção dos doentes, dos familiares de luto e dos profissionais de saúde que estão enfrentando o novo coronavírus. Neste final de semana, foram mais cinco mortes confirmadas pela Secretaria de Saúde, totalizando 56 vítimas fatais da covid-19 na cidade.
Alguns membros da Igreja Mundial disseram que a ideia dessa ação é levar alento em meio ao momento difícil, no qual muitos já perderam as esperanças. Junto com membros de outras denominações e também religiões diferentes, como os católicos, carismáticos e espíritas, eles realizaram orações e cantaram louvores de adoração.
“Nos momentos mais críticos, muita gente se apega à oração e este também é o papel da igreja.Confortar os aflitos, os doentes e aos necessitados”, disse um dos representantes.
Para evitar aglomerações, os fiéis se dividiram em grupos e poucas pessoas foram ao hospital pessoalmente.Além de respeitar todas as regras, como uso de máscara e o distanciamento, os grupos, com no máximo 10 pessoas, não ficaram por muito tempo na rua. Os demais combinaram de orar, simultaneamente, através de suas casas espalhadas por diversos pontos da cidade. “Buscamos respeitar todo o decreto vigente, por isso dividimos em pequenos grupos, que foram para vários lugares. Também não ficamos por muito tempo, chegamos na entrada das unidades hospitalares, oramos e vamos embora”.
Oração é importante
Segundo o pastor Giovane Souza, a oração pode não mudar o contexto do que estamos vivendo, mas pode reforçar a fé e ajudar a enfrentar as adversidades geradas por momentos de muita dificuldade. “Uma palavra de fé, de ânimo, de gratidão, cremos que isso seja de muito alento. A fé nos ajuda a manter a esperança e perceber que tudo vai passar”, explica.
Segundo o pastor, as orações começaram há alguns meses e já foram feitas de diferentes formas, mas sempre com cada pessoa em casa e, com menos gente, na igreja. “Decidimos também ir para a frente dos hospitais para intercedermos no local, para que as pessoas sintam que não estão sozinhas. Queremos servir a Deus e a comunidade e essa é uma resposta que achamos conveniente. A oração, seja ela qual for, pode ajudar neste momento”, considerou.
De acordo com a fiel Maria Antônia, ela participa dos grupos de orações desde o início da pandemia e acredita que neste momento, somente a fé poderá sustentar as pessoas e orientar os governantes a enfrentar um inimigo desconhecido como o coronavírus. “Os danos emocionais que isso tudo tem gerado na sociedade são impactantes. A questão emocional, física e espiritual caminham juntas, por isso nesse momento as pessoas têm se apegado às orações e essa é a nossa ideia, de passarmos mensagens até mesmo para quem está vivendo um tempo de luto”, diz Antônia.