O entrevistado de hoje é o pintor, escultor e desenhista Humberto Inchausti. A Impactto teve o prazer de conhecer mais um pouco de sua história de vida e ofício e agora compartilha com os leitores o olhar fascinante que o artista lança sobre o mundo em sua perspectiva criativa.
Arte pela vida ou vida pela Arte?
Quando perguntado sobre a origem de sua paixão pela arte, Humberto nos conta que nasceu no meio artístico. O pai, José Maria Ribeiro, é pintor e um dos maiores retratistas do país. Fátima Inchausti, sua mãe, também é pintora e artista muito reconhecida. O vínculo já existia, segundo ele, desde o nascimento ou até mesmo antes. O incentivo para experimentar desenhos e pinturas e desenvolver técnicas sempre existiu.
“Desde que me entendo por gente, estou conectado ao mundo da arte”
O artista compartilha conosco uma de suas memórias de quando prestou vestibular, primeira vez em que visitou a Escola de Belas Artes da UFMG. Até aquele momento, o curso de Belas Artes seria apenas uma opção. A visita foi crucial em sua decisão e Humberto se sentiu em casa. Desde então, a diversão da infância e da adolescência se tornou uma profissão. O artista é hoje formado em Belas Artes, estudou Escultura, Pintura, licenciatura em Artes, além dos cursos de Fundição em Metais, Fotografia, Cinema, Desenho e Arte Gráfica.
“Quem estuda Belas Artes entende a quantidade de ofícios possíveis para se exercer ali. É muito enriquecedor e é possível construir uma carreira com todos esses conhecimentos.”
Como surgem as ideias do artista?
Guerreiro, escultura em alumínio e base de madeira, 15x15x30cm, 2011
Foto: Toni do Valle
Para Humberto, as ideias surgem de tudo. Os processos artísticos são consequências de paixões antigas: a história humana se transforma em esculturas que remontam os cavaleiros de armadura da Era Medieval. De sua apreciação pelo que é belo e o pelo que há de belo no que é considerado feio ou estranho, seus desenhos e pinturas se transformam em uma compreensão singular e única do que há no mundo. O último resultado de todos esses processos será a obra, o trabalho artístico.
O artista reforça que as pessoas costumam ver apenas o produto, a obra do artista, mas há muito estudo e muito trabalho, técnicas e experimentações durante o processo de criação.
“Eu sou um curioso. Sempre me interessei por história e pela observação e compreensão do funcionamento das coisas. Há uma frase de Picasso que gosto muito: ‘a arte é dez porcento de inspiração e noventa por cento de transpiração. O melhor que um artista pode fazer para quando a inspiração surgir é já estar trabalhando’. A arte exige muito que o artista trabalhe e produza como hábito. ”
Influências e Figuras de Inspiração
Palhaço, acrílica sobre tela, 80x60cm, 2012
Foto: Humberto Inchausti
Quando perguntado sobre suas influências e inspirações, Humberto não hesita em começar por suas referências imediatas: José Maria Ribeiro e Fátima Inchausti, atuantes em seu processo de formação humana, profissional e muito presentes em seus processos criativos. Também Pablo Gargallo, um dos mais importantes escultores do século XX e Pablo Picasso, o artista mundialmente conhecido, também espanhol. Humberto cita Andrew Wyeth, pintor realista estadunidense e autor de “Christina’s World” (Mundo de Cristina).
“Todo trabalho bom me inspira. Os ruins, evito olhar. Esses nos fazem desaprender.”
A Impactto perguntou ainda se Humberto possuía obras favoritas produzidas por ele:
“Existem obras que gostei muito do resultado, mas a maioria delas já foi vendida. Se você vive de arte, não pode se apegar a uma obra, não querer vendê-la ou só vender em quantias exorbitantes. Se há paixão pelo seu trabalho, que ela seja compartilhada. Isso incentiva o artista a criar novas obras apaixonantes.”
Lagoa Santa e a arte andam juntas?
“A cidade acolheu e acolhe muitos artistas. Mesmo com todo o desenvolvimento e urbanização, é um lugar muito bonito, inspirador e acolhedor para a arte e para quem a produz.”
E o que dizer a alguém que acaba de iniciar os primeiros projetos de arte?
“Não existe almoço grátis. É preciso treinar e muito. Desenvolva e melhore seu trabalho, seu produto, ouça as críticas. Mesmo que sejam duras. De críticas intencionalmente negativas ou destrutivas, podem surgir ideias interessantes e o artista precisa ser atento a ideias e novas possibilidades. Além disso, conheça seu trabalho, seus pontos fortes e frágeis. Trabalhe. Muito!”
“Deixe que falem! No meio do que se possa dizer, surgem ideias para o novo. É importante saber ouvir.”
Quem tiver ouvidos, ouça, quem tiver olhos, leia: arte é dedicação. Por isso, queridos leitores, é tempo de retomar seus projetos artísticos. Tem poemas, desenhos, pinturas engavetadas na mente e nos armários? Neste Dia Mundial da Arte, aproveite para voltar a se dedicar aos seus projetos artísticos.
As obras de Humberto Inchausti estão disponíveis em suas redes sociais. Clique para conferir e saiba mais:
Siga no Instagram Acompanhe no Facebook
por Rayan Galdino