Por Márcia Francisco
Já pensou se nós tivéssemos que responder a essa ordem? Cada vez mais, é preciso criar a consciência interna de que as emoções precisam ser expressas.
Ficar triste é natural.
Lidamos todo tempo com perdas. Grandes e pequenas perdas. É preciso acolher cada uma das nossas emoções.
A Ciência da Felicidade e a Psicologia Positiva não propõem uma positividade tóxica, alienada ou alienante, nem a exclusão do indesejável na vida.
A tristeza a que me refiro, aqui, é diferente de depressão ou outras patologias.
Como não ficarmos tristes em algum momento?
As nossas fragilidades precisam ser observadas e vivenciadas, também.
Cuidado com a ditadura da felicidade. A explosão mídiatica em relação a estarmos felizes o tempo todo, ou pior, não podermos ficar tristes não está relacionada às experiências legítimas de felicidade e bem-estar estar nos dias.
E é assim que emoções vão sendo mascaradas de várias formas, seja nas promessas da felicidade fácil ou nos investimentos da indústria farmacêutica.
Convenções, propostas ditas infalíveis, ideias, padrões de comportamento… Nem tudo se relaciona à sua essência. Nem tudo precisa ser “comprado” e absorvido.
Lidar com lutos, perdas e experiências de tristeza, vivência-las em seu próprio tempo, nos ajuda a elaborar melhor, compreender, aprender, encontrar formas de ir além. Passar por cima, não.
Vale lembrar, sempre, que não é sobre coisas ou sobre ter. Não é sobre dizer não ao contemporâneo e se excluir. Mas, é entender a quem, efetivamente, os padrões midiaticos da linha dos vícios, atende.
Num paralelo etimológico, a escolha ainda é pessoal:
Cada um de nós pode ser usuário das redes sociais, sob a ótica da “dependência” ou…”servir-se delas para uso próprio”. Recordemos, contudo, que quem é usuário, nesse segundo sentido: “utiliza algo, tem o direito de uso, mas, não a propriedade”.
Há vidas e negócios sendo estruturados com total dependência, por exemplo, das redes sociais.
Nesses tempos, onde a impermanência e a fluidez imperam, a liberdade e a dependência serão conquistadas com a sensatez. A experiência de caráter essencial abre caminho, através da atenção e da consciência.
Então, exercitemos a autoprodutividade, o direito ao autocuidado e a autoconsciência para superar a dependência – das redes, dos meios.
Que tal ser protagonista? Sim! Mesmo que alguém comece como um figurante na fase inicial de cuidados com seu ser.
Como espectador, correrá o risco da dependência, do consumo desenfreado, até nos intervalos que o espetáculo nos impõe.
Do palco, vê-se o todo. E é possível transitar pela plateia e retomar o papel principal. Os “egoseguranças” nem sempre o permitirão fazer o caminho contrário. E, pode ser que em caso de black-out só reste uma saída.
Ah! Mas, se lembrarmos: tudo sempre tem (pelo menos) dois lados. Inclusive as emoções. Sem represas. A vida está acontecendo.
Deixando as metáforas de lado, finalizo com uma proposta em apelo tão direto quanto nos anúncios convidativos que vemos por aí: apenas permita-se sentir e viver o que está sentindo no agora.
Márcia Francisco
Jornalista, escritora, palestrante. Consultora pessoal e empresarial em Comunicação Criativa e Gestão de Felicidade.
Autora do Podcast Spotify e Canal Telegram Gestão de Felicidade.
Idealizadora e gestora do Fórum e Meetings O Feminino em Mim – Ano IV:
mulher – autoconhecimento – sabedoria compartilhada – netweaving – empreendedorismo – sucesso – atitude.
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