Antes, eram raros. Apareciam, às vezes, nos finais de semana. Ultimamente, são muitos, todos os dias e em qualquer horário. Os ambulantes se multiplicaram em Lagoa Santa e apesar de não ter nenhum registro oficial, fica fácil notar circulando pela cidade. “Eu notei sim que eles estão por aí com mais frequência. Deve ser por causa do desemprego”, relata Sônia Pereira, 59 anos, moradora da cidade que passava pelo local durante a nossa reportagem.
Os ambulantes vendem de tudo: chup-chup, água, guloseimas e até itens para os carros, como carregador e proteção para os bancos. Nos sinais, eles aproveitam o intervalo entre o vermelho e o verde para o comércio. Alguns, chegam a bater nos vidros quando estão fechados. “Tem hora que intimida”, questionou uma motorista que preferiu não se identificar. “A noite sempre fecho os vidros. Tenho receio”, afirmou Valter dos Santos, 40 anos, ao passar pelo local.
Alguns dividem o trabalho com outros colegas. Em dupla ou trio, eles se organizam em quem cuida do material e quem circula oferecendo os itens. A reposição também é feita durante o dia e dessa forma, os itens vão sendo vendidos. “Tem pouco tempo que eu faço isso. É muito cansativo! Ainda mais no sol”, diz um jovem ambulante que não quis dar detalhes sobre a profissão e o serviço.
Tentamos contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Lagoa Santa, para saber se o governo municipal acompanha o trabalho irregular nos sinais e em outros pontos da cidade. Não conseguimos contato por telefone e nem retorno por email.
Já a Polícia Militar informou que faz o monitoramento em todo o perímetro e que nenhuma ocorrência foi registrada em denúncia aos ambulantes.