A construção das edificações industriais da Cervejaria Heineken, em Pedro Leopoldo, passa por reconsiderações sob nova análise do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio. As obras foram paralisadas depois que o órgão ambiental avaliou possíveis impactos ambientais na Área Carste de Lagoa Santa, região vizinha ao perímetro destinado à construção da fábrica. Os ambientalistas temem um possível soterramento do complexo de grutas e cavernas da mesma região onde o crânio de Luzia foi encontrado. As informações são da Repórter Brasil.
Para a construção da fábrica no local, a Heineken realizou estudos geológicos e ambientais da região. Entretanto, para a fiscalização do ICMBio, os estudos realizados são insuficientes. Segundo o instituto, “os impactos são desconhecidos e imprevisíveis”. Além do risco de soterramento, os ambientalistas afirmam que os estudos sobre a drenagem da água do subsolo não foram apresentados. A Heineken terá licença para drenar água das fontes no subsolo da região, mas o ICMBio prevê, em nota, que a retirada de água poderá implicar em consequências danosas ao meio ambiente.
Procurada pela equipe de jornalistas da Repórter Brasil, a Cervejaria Heineken afirmou ter fornecido todos os documentos, dados e estudos técnicos para obter a licença ambiental. a empresa também afirmou ciência de que a licença para a edificação e atividade seguia o processo normal. Em um novo depoimento, no dia 15 de setembro, após ser multada pelas agência ambiental, a cervejaria informou que suspendeu a terraplanagem após a fiscalização e declarou que está à disposição dos órgãos envolvidos.
Também o Governo do Estado foi notificado formalmente no processo. Em nota, no dia 8 de setembro, a Semad explicou que o processo de licenciamento da fábrica da Heineken foi considerado prioritário pela relevância de aspectos econômicos e sociais e que a licença prévia foi concedida em 24 de agosto após deliberação da da Câmara de Atividades Industriais (CMI) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Em nova declaração sobre possíveis danos ao patrimônio ambiental das cavernas da Lapa Vermelha, a Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou que “caso haja impacto negativo confirmado, em contraponto aos estudos apresentados, existe sim a possibilidade de reconsideração e adoção de medidas impeditivas cabíveis”.