Quem nunca teve um pré-conceito de algo ou de alguém? Será que o pós-conceito foi satisfatório? Hoje, gostaria de discutir mais sobre este tema tão presente e muitas vezes tão prejudicial a todos os envolvidos. Todo este processo começa com um julgamento. Ao pensarmos em algo ou alguém, principalmente quando não o conhecemos, imaginamos como deveria ser.
O problema é que, ao exercitar a sua imaginação, o resultado deste exercício será sempre baseado nas suas referências de vida, parâmetros que você julga serem corretos. Além disso, dependendo da situação, você pode imaginar aquilo que quer ver, intencionalmente. E o pior é que você geralmente passa a acreditar nesta imagem. Aí a confusão está lançada!
Entenda que o fato de se ter um preconceito parte do pressuposto que você não aceita a realidade do outro, ou seja, escolhe interpretar de acordo com as suas convicções. Como vivemos em um mundo relativo, onde cada um tem o livre arbítrio de acreditar no que acha correto, como podemos julgar o outro ou alguma situação como sendo a parte errada da história? Por outro lado, como o universo trabalha com um mundo absoluto, com a realidade, cultivar preconceitos trará sempre consequências alinhadas com a real intenção de quem o pratica.
Normalmente, por motivos justificados, como de sobrevivência, por exemplo, a pessoa para se manter aceita em um grupo, utiliza as crenças do mesmo como escudo para se proteger. No entanto, pelas inúmeras possibilidades do dia a dia, situações de cunho contrário surgirão, desafiando a estabilidade mental desta pessoa. A partir daí, este indivíduo começará um processo de defesa de seus ideais criticando a outra parte, sem procurar entender seus motivos, pois o objetivo é se proteger dentro do grupo.
Se a outra parte também reage da mesma forma, desavenças e brigas ocorrerão na certa. Comportando desta maneira, este indivíduo passa pela vida utilizando o preconceito como ferramenta de defesa, desperdiçando a oportunidade de descobrir o diferente, o desconhecido, que muito acrescentaria ao seu conhecimento.
Isto não quer dizer que ele seria obrigado a concordar com a novidade, mas teria a chance de possibilitar ao próximo a dádiva da explicação, como direito à expressão tão desejada há um tempo atrás.
Ao pré-conceituar algo, escolhemos fechar os olhos para nós mesmos e perdemos a oportunidade de conhecer-nos na diferença. Ou melhor, deixamos de nos conhecer ainda mais.
Que tenhamos a consciência de que os outros são diferentes para você, assim como você também é diferente para os outros. Pré-conceito nada mais é que ver só o seu lado, ficar na mesmice. Ter conceito é entender que o diferente faz a diferença.
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