Na última edição do Jornal Impactto News (82), Fernando da Farmácia, atual Prefeito de Santana do Riacho pelo partido Democratas, fala com a Impactto sobre o inicio da sua gestão, sobre como recebeu o município e define quais são as prioridades do seu governo. Confira:
IMPACTTO: Comerciante, farmacêutico, esposo, filho, pai e agora prefeito. Como é administrar tudo isso e qual a motivação que você tem na busca do seu objetivo?
Fernando: A minha família representa tudo pra mim. Caráter, trabalho, dedicação, abrir mão de coisas pessoais em prol do coletivo, dar o melhor de si e deixar o seu legado, sem vaidades, de luta e superação pessoal. A minha base profi ssional é o meu ganha pão, o que permite o meu sustento e o da minha família. Estar prefeito é uma maneira que tenho hoje de ajudar de forma mais efetiva as pessoas, de melhorar a cidade e melhorar a vida das pessoas que moram aqui. E obviamente a minha motivação é a minha família. Eles sempre confi aram em mim, e agora tenho responsabilidade dobrada, pois tenho a confi ança das pessoas de Santana que me escolheram para prefeito.
IMPACTTO : Com quatro meses de gestão já foi possível organizar a casa? Quais dificuldades você encontrou até aqui?
Fernando: Existem dois níveis de situações com os quais estamos lidando. A primeira é estabelecer uma maneira correta de gestão, que seja transparente, séria, responsável, que busque entender o sistema público, o funcionamento correto da máquina pública, que siga os sistemas de licitações com processos correto e que permita o funcionamento adequado da Prefeitura como um todo. Eu, que sou microempreendedor, vim com uma energia muito alta e quando cheguei aqui, encontrei um sistema bem diferente do particular. O outro nível foi sentir o que realmente a gente pegou, sabe? Estamos fazendo um levantamento real da situação administrativa e fi nanceira, avaliando a falta de organização do município, analisando coisas que não foram colocadas em prática, a desorganização, enfi m, muitas situações que precisam ser revistas e reorganizadas.
IMPACTTO: Qual o principal problema do Santana do Riacho hoje e como você pretende resolvê-lo?
Fernando: Ao meu ver os dois principais problemas são, primeiro: a estrutura precária do município, que engloba sistema de iluminação, calçamentos e estradas. Precisamos de uma reestruturação nas áreas urbanas do município, como Lapinha da Serra, Mangabeiras e na Serra do Cipó, que têm uma porcentagem grande de ruas sem calçamento. Essa primeira situação será resolvida com a fábrica de bloquetes e pretendemos criar ainda uma fábrica de manilhas dentro do município. O segundo problema é o lixo. O crescimento do turismo gera também uma grande quantidade de lixo. Também estamos implementando agora e vamos licitar a coleta e o transporte do lixo rural, que será realmente importante e relevante para nosso município. Nós temos mais de 12 comunidades rurais e a gente pretende começar uma coleta semanal de algumas localidades. Pretendemos também implantar medidas como a conscientização da população, coleta seletiva, e estamos conversando com alguns grupos para criação de uma associação de reciclagem em Santana do Riacho.
IMPACTTO: O que você almeja, dentro desses quatro anos, entregar em termos de infraestrutura urbana?
Fernando: Nós almejamos entregar em torno de 80 a 90 por cento da área urbana com calçamento. Atualmente temos em torno de 50 a 70% de toda a área urbana sem o calçamento, ou seja, vamos calçar muitas ruas.
IMPACTTO: Parte da arrecadação da cidade vem do turismo. Como é administrar uma cidade que bate de frente com essa questão em razão da pandemia?
Fernando: É uma dificuldade muito grande. Não podemos fazer nenhum movimento que gere renda ou eventos que possam aquecer o mercado e que consequentemente geram uma cadeia de empregos e circulação de dinheiro. Estamos, portanto, adotando medidas de contenção, como por exemplo, a suspensão da taxa de alvará por um tempo. Também adiamos a entrega do IPTU, prevista inicialmente para maio e junho, e que agora deve ser entregue em agosto ou setembro. Observamos a realidade desse momento, a difi culdade financeira e, consequentemente, a Prefeitura está sentindo o impacto do período por isso estamos muito atentos e sensíveis tanto com a população quanto com o comerciante.
Estamos fazendo um levantamento real da situação administrativa e financeira, avaliando a falta de organização do município
IMPACTTO: O que você enxerga para o futuro da cidade? O que que você, enquanto gestor público almeja para fomentar esse Turismo?
Fernando: A medida que a vacinação se desenvolve, e a situação se equilibra nos níveis local e estadual, planejamos a criação de um calendário municipal que inclui eventos de turismo, criação de rotas e travessias e eventos esportivos, para movimentar o turismo em nosso município e nas cidades ao redor. Já temos um circuito, o Circuito Serra do Cipó, que agora inclui mais dois municípios. Planejamos assim executar esse movimento fi nanceiro-turístico da região e que pode ter certeza, será um novo marco para toda a cidade.
IMPACTTO: Há expectativas para outros mercados além do turismo?
Fernando: A nossa região não é uma região industrial e tem foco no turismo e no mercado imobiliário. As pessoas compram e constroem aqui em busca de qualidade de vida. Não vejo esse crescimento (industrial) acontecendo da mesma maneira como ocorre em grandes cidades e nem pode acontecer. Isso atrapalharia nas questões do meio ambiente e no próprio turismo. Vejo o crescimento voltado para o turismo e para o setor imobiliário.
IMPACTTO: Você é a favor desse crescimento imobiliário?
Fernando: De forma organizada. Precisamos dos empreendedores e precisamos acabar com a venda e parcelamento irregular de imóveis. Para isso é necessário conscientizar a população sobre os riscos do crescimento desordenado e dos seus impactos ambientais, e trazer investidores desta área para a cidade crescer de forma organizada e estruturada. E obviamente manter estruturado o plano diretor do município.
IMPACTTO : Muitos municípios turísticos criam taxas direcionados ao turista. Você pretende implantar isso?
Fernando: Taxar não é a palavra. Eu acredito que (a contribuição do turista) é uma consequência. Não se deve taxar o turista, ele deve deixar a contribuição para o município de forma natural, desde que ofereçamos uma estrutura adequada. Isso se torna um ciclo: com infraestrutura, o turismo cresce, a arrecadação aumenta e o movimento econômico cresce o que permite investir mais. Com mais turistas as pousadas e o comercio vende mais, automática emprega mais gente, treina mais gente, atende melhor, e o turista fi ca mais satisfeito, volta mais vezes, contribui mais. No fi m, todos ajudam a cuidar da cidade em um ciclo natural.
IMPACTTO: Você tem uma vice-prefeita atuante. Como funciona esse trabalho em conjunto com a Fina (Josefina)?
Fernando: O vice-prefeito é um servidor público, é uma f gura que recebe para executar um serviço. Desde que cheguei aqui, nunca vi um histórico de vice-prefeitos que realmente trabalhassem. Então, quando estávamos no processo da campanha, busquei por uma pessoa ativa, com trabalho consistente e que tinha vontade de desenvolver um projeto. Procurei a Josefina, que é realmente atuante e é quem resolve de 80 a 90 por cento dos problemas que acontecem no distrito da Serra do Cipó, nosso maior distrito hoje. Alinhamos bem nossas decisões e é muito bom poder contar com ela nessa parceria para administrar a cidade.
IMPACTTO : Como tem sido sua relação com a Câmara de Vereadores do município?
Fernando: A relação tem sido muito boa. Temos demonstrado um trabalho conjunto e esta parceria precisa acontecer. O Executivo depende do Legislativo e o Legislativo também depende do Executivo. Quanto à criação das leis, temos conversado bastante para promover a participação da população, pois a Câmara é a nossa fi scal e traz para nós as demandas mais importantes. É muito bacana ter essa relação próxima para criação e execução das leis que o município precisa.
IMPACTTO: E quais têm sido as ações para o combate da Covid-19? Essas ações, em sua opinião, estão tendo êxito?
Fernando: Nosso município, em comparação com outras cidades ao redor, têm números muito bons. Desde o primeiro dia, utilizamos a verba da Covid-19 e contratamos vários fi scais, fizemos fechamentos pontuais nos feriados de Carnaval e Semana Santa, o que facilitou a retomada das atividades antes dos outros municípios e de forma controlada. Também promovemos ações de conscientização junto com comerciantes, ajuda no fornecimento de máscaras e álcool. Temos trabalhado de forma diferencial para não deixar a nossa economia morrer e nossas decisões geraram resultados positivos para permitir nosso retorno antecipado às atividades.
IMPACTTO: O que a população pode esperar do Fernando Prefeito?
Fernando: Podem esperar três coisas: diálogo, trabalho e transparência. Estamos à disposição para ouvir e conversar com todos. Nossa equipe está trabalhando muito, dia e noite, para atender à população e nosso governo preza por essa transparência e já estamos demonstrando isso em nossos primeiros meses de trabalho.
Precisamos de uma reestruturação nas áreas urbanas do município, como Lapinha da Serra, Mangabeiras e na Serra do Cipó