Mariana Pimenta
Ao andar pelas ruas de Lagoa Santa, é fácil perceber uma prática criminosa e desumana que vem crescendo cada dia mais. Cães abandonados em praças e ruas movimentadas, expostos a maus-tratos, dias no sol e na chuva, fraqueza, desidratação, fome e, principalmente, a procriação.
Por outro lado, existem também vários cachorros abandonados recebendo cuidados e carinhos de pessoas que lutam para proteger os animais. Eles são os chamados “cães comunitários”, que são protegidos por lei contra maus tratos, a mesma lei que também resguarda a pessoa que cuida dos cães na porta de casa. Como é o caso das amigas e protetoras Michelle Silva e Thayane David Silva.
As protetoras vivem uma luta diária para resgatar cães abandonados e maltratados. Elas andam nas ruas do bairro cuidando e abrigando os animais. “Além de colocar casinhas aqui na porta de casa, espalhamos também pelo bairro e damos assistência a todos os cachorros que aparecem”, conta Michelle. Apaixonada pelos animais, Michelle já adotou dez cachorros e cuida de três cães comunitários na porta da sua casa.
As amigas contam que o abandono no bairro chaga a ser de dois a três cachorros por mês. Ao identificarem o abandono, elas não só cuidam e procuram bons donos para adoção, como também realizam visitas ao novo lar do pet para acompanhar a adaptação. “A gente resgata, cuida, doa e realiza um acompanhamento”, conta Thayane.
A grande preocupação das protetoras é com a castração. Thayane acredita que resgatar um animal e castra-lo reduz danos e contribui para evitar que eles gerem filhotes que também ficarão abandonados. “Aqui, em Lagoa Santa, existem muitos casos de abandono. Então, se não castrar, cada fêmea pode parir de seis a doze filhotes a cada seis meses. Agora, imagina isso duas vezes por ano.” Michelle completa: “As pessoas têm que se conscientizar que castrando um cachorro você não está salvando apenas um cão e sim quase 20 cães por ano”.
Pensando em reduzir a procriação dos cães, as amigas realizam um bazar para arrecadar dinheiro e investir na castração. “Pretendemos fazer um mapeamento para ter uma ideia de quantos cães tem no bairro para castrar todos através do bazar”. Elas fazem um apelo a todos aqueles que gostam de animais e queiram ajudar. “Ajudem-nos a cuidar e amparar esses cãezinhos. Participem do nosso bazar. Visitem a página no Facebook: Bazar Independente Jardim Imperial.”
Leia também:
São quase 4 mil casos prováveis de dengue em Lagoa Santa